10 de jul. de 2011

Enterrou uma faca na cabeça.

Idéias saíram boiando no ar.

Pensou que fosse morrer, mas não morreu.

Se odiou por isso!

Chorou muito.

Doeu demais.

Deixou-a assim e sumiu.

Mutilou-lhe o cérebro e foi embora rindo.

E as gargalhadas ficaram estampadas nos seus olhos arregalados.

E lágrimas escorreram pelos seus cabelos.

Consumia-se sozinha, pois não entendia nada.

Não conseguia pôr para fora um som sequer.

Nenhum movimento conseguia fazer.

A apatia tomava-lhe conta.

E rindo, deixou-a sem explicação,

Com uma faca na cabeça

E uma interrogação no coração !

2 de jul. de 2011



O sonho acabou como todo sangue do coração.
E o coração ficou gelado de emoção quando percebeu que estava morto.

Os calafrios de angústia cessaram.

Uma paz enorme tomou conta do espírito, que enfim se libertou.

Todos morreram, se afastaram.

E o vento continuou soprando.

E o medo prosseguiu sorrindo.

Os soluços são fetais.

A mágoa é letal.

Solidão!

A verdade, minha tuberculose do momento !

A Testosterona !

A testosterona é perigosa! Deveria ser uma substância controlada, como a heroína. E os homens andam soltos, de posse da testosterona! Por isso eles fazem essas coisas idiotas, devemos vê-los como criaturas selvagens. Eles fazem coisas estranhas para um mundo civilizado. Mas devemos lembrar que, na realidade, estão seguindo padrões de conduta antiquíssimos, gravados à fogo em seus cérebros. Com um pouco de paciência e compaixão, poderemos adaptá-los à vida moderna. Refiro-me às criaturas selvagens. Os homens não têm remédio!

30 de jun. de 2011

Em cima da minha cama tem um edredom,
Uma pasta preta e um violão marrom.
Eu sentada à esquerda com pose de Buda.
Muda o dia da semana e a vida não muda.
Um pijama azul piscina meio desbotado,
Um controle cinza e preto, um gravador ligado.
Um copo de água e uma caneca de café,
Um telefone sem fio, um chinelo sem pé.
Um jogo de resta um, um tapete no chão,
Dois cãezinhos sobre o móvel da televisão.
Um anel de pedra e um abajur lilás
Sobre o móvel que eu comprei nas lojas Marabraz.
Uma porta arreganhada pra entrar o vento,
Uma bolsa semi-aberta com tranqueira dentro.
Um ventilador de teto e dois fios longos,
Não refresca e é cabide pra pôr pernilongo.
Vai o dia, vem a noite, mais uma semana.
Durmo sozinha, largada em dois metros de cama.
Não importa, eu não ligo se a vida me engana.
Você pode me odiar, mas tem quem me ama !

À Você

Não aguento mais !

Você ! É, você ! A garota que parece índia !

Nessa sua ironia burra, você acha mesmo que eu sou a culpada ?

Eu fui dormir chorando durante MUITAS noites, me perguntando : como tudo foi acontecer assim ?

E tudo, por quê ? Porque você me fez sentir o que era amar e o quanto isso é bom. Mas você também me mostrou a dor que te pega pelas pernas, te derruba e te impede de levantar, quando alguém que você ama vai embora, te culpando por estar partindo.

Eu fiz planos com você. Você não se lembra ? Faça um esforço: aquele apartamento quando completássemos 18 ? Ah claro, você esqueceu !

Sabe o que eu acho ? Não sabe ! Não se interessa pelo que penso ! É mesmo ? Pros diabos se você não se importa ! E de qualquer forma, eu vou continuar aqui, escrevendo coisas que não te interessam . Acho que o problema foi a sua falta de coragem . De longe, qualquer imbecil enxerga que é muito mais fácil se colocar no papel de vítima quando você encontra alguém pra culpar . E é aí que estamos: perdemos muito tempo buscando os culpados, mas eles não existem !

Senti sua falta e não me envergonho em dizer que ainda sinto . Durante todos esses anos eu vivi tantas coisas e quis contá-las pra você um dia, quis saber como estava a sua vida, poder te chamar de ‘amiga’ .

Hoje, a falta que me faz já não é tanta, apesar de ainda não ser nula .

Eu aprendi a viver sem você .

Eu cresci, e você nunca esteve aqui .

Nós fomos . Não somos, graças à falta de coragem que nos fez desistir de nós com muita facilidade !

Em todo caso, continue me desenhando como você bem entender ! Me chame de falsa !

Ainda te amo com uma força sobrehumana, mas meus cigarros e minha xícara de café me oferecem melhor companhia !